domingo, 24 de julho de 2011

Caso de racismo no município de Vitória

Pesquisa revela um país rico em preconceito
 (A GAZETA, 23 de julho de 2011)

Apesar de garantias da lei, os negros ainda enfrentam forte discriminação no país. Mais de 70% dos brasileiros reconhecem que há preconceito no mercado de trabalho.

Em Vitória, quatro denúncias por ano
Nos últimos sete anos, a Gerências de políticas de promoção de igualdade racial de Vitória registrou 30 casos de racismo, uma média de quatro por ano. São situações motivadas pela discriminação no comercio e até  no atendimento em hospitais. Mas o número de casos contabilizados não reflete na realidade, porque muitas pessoas não registram queixas nas delegacias.
São casos como o de um adolescente proibido de entrar num hipermercado, porque estava descalço; ou de uma mulher cujo filho foi proibido de brincar num espaço de diversão com o argumento de que o local estava fechado; ou da senhora que estava bebendo num bar com as amigas e foi expulsa do lugar. Todos tinham em comum o fato de serem negros.
Segundo a gerente do setor, Vanda de Souza vieira, são exemplo da “não aceitação de que o outro - no caso a pessoa discriminada – é igual, que tem a mesma potencialidade e direito”. Ela acrescentou o preconceito caminha com a pigmentação da pele. “Quanto mais preta, maior a discriminação”, explica ela. Um quadro que só vai mudar com políticas que impeçam atitudes racistas.
Aos que vivenciarem essas situações, Vanda orienta que registrem um boletim de ocorrência. (com informações de Brunelli Duarte).


RACISMO


É comum presenciarmos ainda hoje atitudes racistas, casos como a abordagem policial seleta a negros e a pessoas mal vestidas, discriminação entre “patroas” e empregadas domésticas negras entre outras, são exemplos dessa cruel realidade.

Racismo é uma tendência sociopolítica ou simples atitude social ou particular, que defende a superioridade de determinadas raças humanas sobre outras e conseqüente supremacia em relação às raças consideradas inferiores.

A história do mundo moderno é também a história da questão racial, um dos dilemas da modernidade. Ao lado de outros dilemas, também importantes, como as guerras religiosas, as desigualdades masculinas – feminino, as contradições de classes sociais, a questão racial revela-se um desafio constante, tanto para indivíduos e coletividades como para cientistas sociais, filósofos e artistas. Uns e outros, com frequência, são desafiados a viver situações e/ou interpretá-las, sem alcançar sua explicação ou mesmo resolvê-las. São muitas e recorrentes as tensões e contradições em termos de preconceitos, xenofobias, etnicismos e racismos; multiplicadas ou somadas no decorrer dos anos, décadas e séculos, nos diferentes países.

A questão racial apresenta-se como um desafio atual, mas trata-se de um conflito muito antigo. Modifica-se ao acaso das situações, das formas, de sociabilidade e dos jogos das forças sociais, mas reafirma-se continuamente, modificada, mas persistente. Esse é o enigma com o qual se defrontam uns e outros, intolerantes e tolerantes, discriminados e preconceituosos, subordinados e dominantes, em todo o mundo. Mais do que tudo isso, a questão racial revela, como funciona a sociedade, compreendendo a identidade e a alteridade, a diversidade e a desigualdade, a cooperação e a hierarquização, a dominação e a alienação. Esses dilemas demonstram que o "desencantamento do mundo" como metáfora do esclarecimento e da emancipação, continua a serem desafiadas por preconceitos e superstições, intolerâncias e racismos, irracionalismos, interesses e ideologias.
 

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